Tudo bom por ai? Eu estou bem ^^

 Mais uma resenha de um livro que eu terminei ontem e gostei bastante! Acredito que até hoje foi um dos que mais me surpreendeu.

 O escolhido de Hoje foi O Reino das vozes que não se calam, da Sophia Abrahão e Carolina Munhóz.

Vamos lá que eu vou contar um pouquinho dele para vocês




 Nome: O reino das vozes que não se calam

Autora: Sophia Abrahão e Carolina Munhóz

Nº páginas: 288

Editora: Rocco ( Fantástica Rocco)

Classificação : 4,0 / 5,0

Sinopse: " Se você encontrasse um lugar onde todos o aceitassem seria capaz de abandoná-lo?
Sophie se esconde de todos e de si mesma: insegura, não consegue enxergar sua beleza e talento, e sente dificuldade em se relacionar com os outros. Seu dia a dia se perde entre os caminhos tortuosos dos que convivem com a depressão e o bullying e a jovem aos poucos vai se fechando na escuridão de seus pensamentos. Desamparada e sem coragem de lidar com seus problemas, ela acaba descobrindo um lugar mágico: um Reino onde as vozes não se calam e as criaturas encantadas se tornam reais. Um local colorido onde ela finalmente poderá se encontrar. Dividida entre a realidade e a fantasia, Sophie contará com a ajuda preciosa de um rapaz comum e uma guardiã encantada, que lhe mostrarão os segredos da alma e a farão decidir se vale a pena enfrentar seus medos ou viver em um eterno conto de fadas. "___ Fonte: Saraiva




 Este livro define a frase  "surpresa boa".

 Eu comprei esse livro mais pela capa do que pela sinopse (sim, me julguem). No começo acreditei que o livro seria só fantasia, mas acabei por encontrar um tema bem mais pesado e importante em suas páginas, o Bullying.

 Sophie é uma garota considerada diferente e estranha perante todos, graças a isso, ela sempre sofreu com o preconceito e a exclusão. Depois de uma briga feia com sua melhor amiga Anna, Sophie passa a ser ainda mais sozinha e fechada. É nessa hora que o Reino entra em ação.
 Na mesma noite da briga, Sophie sente pela primeira vez a sensação de ser levada ao Reino das vozes que não se calam. Lá, as paisagens são lindas, os animais falam, as flores cantam e todos parecem olha-la com uma admiração inigualável. A partir desse momento, o livro volta sua temática não só para os acontecimentos mágicos, mas também para um assunto delicado da vida real.

 Sophie descobre ser a princesa deste Reino, e agora, deve correr contra o tempo para ajudar o reino e seus moradores, assim como adquirir a coroa. Porém, Sophie precisa cumprir algumas missões, e tomar decisões delicadas sobre o rumo de sua vida.

  Gente, eu vi MUITAS resenhas desse livro e sinceramente discordo totalmente de algumas delas. Obviamente cada um tem o direito de ter sua opinião e expressa-la e eu respeito isso, mas vou contar a vocês meu ponto de vista.

 Quem aqui já sofreu Bullying, preconceito? Eu já e acreditem, muito, muito muito mesmo.

 Eu me identifiquei DEMAIS com a Sophie, assim como ela, eu sempre fui excluída e estranhada pelo resto da sociedade.
 Imaginem só, magra demais, baixa demais, com cabelo colorido e estilo Visual kei? Já viu né?

 Enfim, voltando ao livro, a cada página você sente que a atmosfera do livro passa de leve e juvenil, para pesado e sombrio.

  Você sente que Sophie muda de humor, passa a ficar mais indecisa, dividida, chateada. Você pode sentir o que ela passa, desde a agonia dos choros até a alegria dos sorrisos.

 Ah quem diga que Sophie pareceu louca e insana neste livro. Eu até concordo, mas em partes apenas. Para quem já sentiu o Bullying na pele, as ações e reações de Sophie são exatamente o que você sente, a diferença é que cansada, ela tem reações piores, que inclusive é importante ressaltar que uma pessoa passando por situações de descriminação PODE SIM, se não conseguir ser equilibrado, chegar a um nível extremo, como se isolar de tudo e todos, e até atentar contra a própria saúde.

 Esse livro resume os sentimentos de quem passa pela descriminação a um bom tempo e já não aguenta mais. Ele mostra a parte mais pesada e sombria do que uma pessoa pode se tornar se não tiver ajuda.

 Ao decorrer do livro, Sophie, apesar de sofrer e passar por provações , aprende lições importantíssimas que levará para o resto de sua vida, e a ajudará a superar suas dores, medos e traumas.

 Eu não conheço outras obras da autora, não conheço a história de vida dela mas pelo pouco que li Sophia e Carol sofreram um pouco com as mesmas situações. O livro foi escrito a quatro mãos e devo admitir que me surpreendi.
  Até onde me lembro de ter lido, existem algumas semelhanças a forma como uma das autoras chama seus fãs na vida real e como fala de alguns seres mágicos no livro.

 A leitura é fluída e a linguagem é bem simples, me lembrou muito a construção de uma boa fanfic.

 Os personagens são bem elaborados, Laura a mãe, Anna a amiga popular, George o pai, Mônica a amiga e Léo  o garoto novato super fofo são bem trabalhados e dão um toque a mais história.

 Eu só achei uma coisa ruim neste livro, a cena de romance entre Léo e Sophie foi bem vaga, não dando toda a emoção necessária para o momento.






 Esse livro me lembrou um pouco Alice no país das maravilhas.

Creio que este livro vá ter importância na vida de quem passou, ou ainda passa por situações de preconceito e descriminação. Com a leitura, você vê que a personagem aprende muito durante o livro, e no final você acaba aprendendo também.

 Esse livro aborta um tema pesado e muito importante hoje em dia, de uma maneira mais sutil e jovem, sem ser tão doloroso ou drástico.
   Com a leitura você pode entender como funciona a visão de alguém que passa por isso, entende que a pessoa pode chegar a um nível tão ruim que se desliga até mesmo do mundo.E também, quem comete esse tipo de coisa contra outra pessoa, pode entender quais são suas consequências.

 Achei um livro extremamente válido e com um tema muito legal. Vale realmente a pena conferir!
 A capa também é linda e muito bem decorada.



É isso pessoal, espero que tenham gostado e que essa resenha seja além de uma indicação de leitura, um alerta para esse importante assunto.

 Por favor, não descrimine ninguém, isso machuca as pessoas, e no final das contas, todos nós somos diferentes uns dos outros, se fôssemos  todos  iguais, não teria motivo existir tantos de nós, não?